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segunda-feira, 10 de junho de 2013

NEO-FSSPX: dom Fellay e a sua mais nova versão dos fatos...

OPERAÇÃO MEMÓRIA: Uma entrevista cedida há alguns dias ao AngelusPress e publicada no DICI, na qual Mons. Fellay discorre sobre o próximo aniversário das sagrações episcopais feitas pelo Venerável Mons. Lefebvre, sobre a situação atual da (Neo)FSSPX e, também, sobre seus "sentimentos" em relação a Mons. Richard Williamson. É a mais nova e atualizada "verdade dos fatos", sob a ótica do Rei de Menzingen. Mais uma vez, ele reinterpreta suas falas, à luz de uma hermenêutica toda própria. Confesso que não pretendo ler o texto na íntegra, porque estou um pouco cansada dessas sempre novas versões apresentada por monsenhor. Haja paciência e estômago! Publico, apenas, a tradução feita pelo sr. Robson Carvalho e publicada no Apostolado Católico Arauto da Verdade, para que fique registrado - mais uma vez - o que monsenhor ESCREVE e, portanto, PENSA a respeito das coisas. Uma singela nota [4] minha no final. Não me contive ao passar os olhos sobre o último parágrafo! 



* * *


Sagração Episcopal de Dom Fellay
Antes de ser uma "glória", essa foto
é seu próprio julgamento e condenação
por trair aquele que lhe deu uma MISSÃO,
por morder a mão que o alimentou!
Em entrevista recentemente cedida ao DICI, V. Ex.ª Revma d. Fellay descreveu em sucintas palavras a situação de declínio atual da FSSPX e suas expectativas negativas em relação à D. Richard Williamson, animosidades que não concordam com seu antigo espírito de serenidade ao qual ele fazia questão de salientar em várias ocasiões. Fato é que eram rotineiras as entrevistas que garantiam não existir crise alguma na fraternidade, algo, como se é constatável pelos fatos, muito distante da realidade das coisas.


Entrevista concedida por Dom Bernard Fellay à revista do distrito dos Estados Unidos, The Angelus Press.

The Angelus: Qual foi a sua primeira reação quando o senhor tomou conhecimento de que o senhor era um dos padres escolhidos por Dom Lefebvre para a sagração episcopal?

Dom Fellay: Minha primeira reação foi pensar que deveria existir candidatos melhores; – se possível, afaste de mim este cálice! – Em seguida, pensei em meus confrades, em meus irmãos padres, pois é evidente que isso é uma cruz pesada a carregar: trata-se de se devotar aos outros.

TA: O senhor se recorda de seus sentimentos e de seu estado de espírito em 30 de junho de 1988, após ter sido sagrado bispo pelas mãos do Monsenhor?

DF: Não me recordo muita coisa de meus próprios sentimentos e emoções, mas me lembro quanto a assembleia estava eletrizada. A atmosfera era realmente elétrica. Nunca vi nada igual. Recordo-me bem disso, tanto ao longo da cerimônia quanto depois: uma alegria imensa, nada mais. Era emocionante.

TA: Em seu itinerário espiritual, Dom Lefebvre fala de um sonho que ele teve na catedral de Dacar. O senhor pode nos explicar em que as sagrações de 1988 foram uma realização deste sonho?

DF: Coisa admirável, diria que não vejo mesmo ligação entre os dois acontecimentos. Com efeito, não acredito que havia uma. Não acho que a consagração dos bispos esteja diretamente ligada à própria obra do Monsenhor: isso foi simplesmente um meio de sobrevivência. Isso não é essencial à obra, que é de formar e de edificar padres segundo o Coração de Jesus. Eis aqui o essencial.
É verdade que sem bispos, não poderia haver padres, mas isso não é o elemento essencial da obra. Isso é essencial para sobreviver, mas não para a natureza da obra. Evidentemente, a questão surge hoje de outra forma à vista de todos os desenvolvimentos em nosso apostolado e da situação da Igreja!

TA: Dom Lefebvre insistia sobre o caráter extraordinário de sua decisão de sagrar e a distinguia também de um ato cismático, sublinhando o fato de que ele não pretendia transmitir nenhuma jurisdição episcopal, mas somente o poder da ordem. Ao longo dos últimos vinte e cinco anos, alguns criticaram a escolha de um destes bispos como superior geral, dizendo que tal eleição supõe a reivindicação de um poder de jurisdição para o bispo. O senhor pode responder a este argumento e explicar como o papel do superior geral não implica tal reivindicação?

DF: Inicialmente, por que Dom Lefebvre, no momento das sagrações, não queria que um bispo se tornasse superior geral? Isso era precisamente para facilitar as relações com Roma. Se o superior geral fosse bispo, ele seria objeto de uma sanção da parte de Roma, o que tornaria as discussões mais difíceis do que se ele fosse um simples padre, como o padre Schmidberger, nosso superior naquele momento. Sua decisão se baseava claramente sobre as circunstâncias, e isso não era a expressão de um princípio. Era uma questão de prudência e não se tratava de excluir diretamente a possibilidade de que um bispo se tornasse superior geral no futuro.
Todavia, é preciso distinguir dois tipos de jurisdição. Existe uma jurisdição normal, ordinária, que um superior geral exerce junto de seus membros e, de outra parte, a jurisdição ordinária do bispo. Enquanto bispos, não possuímos jurisdição ordinária atualmente, mas enquanto superior geral, possuo o outro tipo de jurisdição. Elas não são as mesmas.

O espírito de Dom Lefebvre

TA: Há uma lembrança particular que o senhor guarda do Monsenhor e que o senhor gostaria de compartilhar conosco?

DF: De um lado, sua simplicidade e seu bom senso, do outro, sua elevada visão das coisas. Esta era sempre sobrenatural: ele se voltava sempre para Deus. É evidente que ele era guiado pela oração, pela fé, pela união com Deus. Para ele, era normal e evidente estar, nas ações ordinárias, sempre unido a Nosso Senhor.

TA: Como o senhor desenvolve junto de seus padres e seminaristas o espírito notável de Dom Lefebvre no que concerne à piedade sacerdotal, à solidez doutrinal e à ação contrarrevolucionária?

DF: Inicialmente, tentamos, na medida do possível, colocar os seminaristas em contato com o próprio Dom Lefebvre: sua voz, seus ensinos, seus livros… Possuímos os registros de suas conferências aos seminaristas. Os franceses têm aí uma vantagem! Mas estamos traduzindo elas para que todos os seminaristas possam ter acesso. Em inglês, algumas destas conferências já foram publicadas em forma de livro: Eles o destronaram, A Santidade sacerdotal, A missa de sempre.
Em seguida, buscamos realizar e aplicar em nossos seminários os meios que ele mesmo nos deu: o plano dos estudos e das conferências que ele preparou, por exemplo; ele determinou sua ordem e o modo com o qual elas se estruturam. Nossa filosofia e nossa teologia são assim fundamentadas sobre o ensino de São Tomás, como recomenda a Igreja. Os Atos do Magistério formam um curso particularmente caro ao Monsenhor; estudamos aí as encíclicas dos grandes papas do século 19 até Pio XII, assim como seu combate contra a introdução dos princípios das Luzes na Igreja e na sociedade. Continuamos fielmente tudo isso com fruto.

O desenvolvimento da Fraternidade depois de 1988

TA: Quais foram, na Fraternidade, depois das sagrações de 1988, as mudanças positivas e negativas mais importantes?

DF: Não sei se houve muitas mudanças. Tornamo-nos um pouco mais velhos, ainda que permaneçamos uma congregação jovem. Mas agora temos padres idosos, o que não tínhamos em 1988. É uma mudança superficial, direis. Tínhamos então quatro bispos e agora temos três. Isso também é uma mudança. Mas em si, não há nada de fundamental, nada de essencial. Temos mais casas em mais países, mas isso é menos uma mudança que o desenvolvimento normal de uma obra.
Permanecemos fiéis à linha de conduta de Dom Lefebvre. Olhando alguns dos últimos anos, de fato, Monsenhor disse em 1988 que Roma viria a nós 5 ou 6 anos após as sagrações; isso durou 24 ou 25 anos, e evidentemente a situação ainda não está amadurecida. As mudanças na Igreja que Dom Lefebvre esperava – o retorno à Tradição – ainda não existem. Mas seguramente, se as autoridades eclesiásticas continuarem como elas agem, a destruição se agravará e um dia elas deverão dar meia-volta, e então, neste dia, eles retornarão em nossa direção.
Por outro lado, olhe o que ocorreu em alguns anos: reconheceram que a missa de sempre não tinha sido ab-rogada, as “excomunhões” de 1988 foram levantadas e adquirimos uma influência na Igreja que nunca tivemos antes. Sem falar da crítica sempre mais importante do Concílio, mesmo em Roma, fora dos círculos da Fraternidade; o que é, nesta escala, um fenômeno relativamente novo.

O crescimento necessário

TA: O senhor poderia descrever os projetos e os trabalhos que foram realizados ao longo dos últimos 25 anos graças às sagrações?

DF: Isso é simples: depois das sagrações, os bispos da Fraternidade São Pio X ordenaram mais padres do que havia na época das sagrações de 1988. Portanto, é claro que os bispos eram necessários para o desenvolvimento do apostolado da Fraternidade. Sem os bispos, a Fraternidade estaria moribunda: seus bispos são indispensáveis para a continuação da obra. Há também as confirmações que geram os soldados de Cristo prontos para lutarem por Deus e seu reino. Enfim, não podemos negar a existência desta influência sobre a Igreja inteira, para que a Tradição recupere seus direitos.

TA: Alguns críticos da Fraternidade a comparam com as comunidades Ecclesia Dei, que não têm bispos (com exceção de Campos) e eles tiram a conclusão de que as sagrações não eram necessárias, visto que, sem bispos próprios, estas comunidades continuam a existir. Em qual medida a diferença entre a história da Fraternidade e aquela das comunidades Ecclesia Dei, ao longo dos últimos 25 anos, demonstra mais claramente em nossos dias a legitimidade do julgamento do Monsenhor, a saber, que um bispo da Fraternidade era necessário, não somente para assegurar a sobrevivência da Fraternidade, mas também para salvaguardar a integridade de sua missão?

DF: Inicialmente, todos os membros da Ecclesia Dei compreendem que se não tivéssemos bispos, eles mesmos não existiriam. Diretamente ou indiretamente, eles dependem da vida da Fraternidade. Isso está muito claro. Mas atualmente, os frutos de seu apostolado estão totalmente submetidos à boa vontade dos bispos diocesanos. Estes limitam de modo radical todo desejo firme de estabelecer uma vida católica tradicional, restringindo as possibilidades do apostolado neste sentido. As comunidades Ecclesia Dei estão obrigadas a se misturarem com as novidades do Vaticano II, do mundo e do Novus Ordo. Aí se encontra a grande diferença entre a Fraternidade e as comunidades Ecclesia Dei.
Constato, todavia, que algumas comunidades Ecclesia Dei se aproximam de nós. Contudo, isso está longe de ser o caso para todas.

TA: Dom Lefebvre se esgotara em viagens através do mundo ao longo dos anos que precederam as sagrações, porque ele era o único bispo tradicional (com exceção de Dom Castro Mayer, que limitava geralmente seu apostolado à sua própria diocese). Por consequência, ele escolheu sagrar quatro bispos em vez de um único. O efetivo dos fiéis da Tradição cresceu ao longo dos últimos 25 anos; contudo e infelizmente, o número de bispos da Fraternidade se encontra agora reduzido a três. Basta três bispos para assumir o trabalho? É necessário consagrar mais?

DF: Desde 2009, com efeito, trabalhamos somente com três bispos. É óbvio que isso funciona. Portanto, está claro que podemos funcionar com três. Não há razão urgente ou de grande necessidade para sagrar outro.
Certamente, devemos perguntar sobre o futuro, mesmo se atualmente a necessidade não existe. Minha resposta é muito simples: quando e se as circunstâncias que conduziram Dom Lefebvre a tomar tal decisão se apresentarem novamente, tomaremos os mesmos meios.

A iniciativa romana de uma normalização canônica

TA: Ainda que Dom Lefebvre sempre tenha desejado lograr uma relação serena com as autoridades romanas, as sagrações foram seguidas de hostilidades e de perseguições renovadas. Ao longo da última década, ao menos, vocês procuraram acabar com estas hostilidades e com estas perseguições, sem, todavia, colocar em perigo os princípios da missão da Fraternidade. Até agora estes esforços fracassaram, apesar de vossa boa vontade: na sua opinião, por quê?

DF: Inicialmente, gostaria de precisar que a iniciativa de uma normalização veio de Roma e não de nós. Não dei o primeiro passo. Tentei ver se a situação era tal que pudéssemos ir adiante sem perder nossa identidade. Obviamente, ainda não é o caso.
Por quê? As autoridades ainda se apegam aos princípios perigosos e envenenados que foram introduzidos na Igreja no momento do Concílio. É por isso que não podemos segui-las.
Não faço ideia do tempo que será preciso, ou quantas tribulações deveremos sofrer pra chegar até este momento. Dez anos, talvez; talvez menos, talvez mais. Isso está nas mãos de Deus.

TA: O senhor se mantém aberto a novos contatos da parte de Roma, e em particular do novo papa?

DF: Claro, permaneço aberto! Esta é a Igreja de Deus. O Espírito Santo está sempre aqui para passar por cima dos obstáculos semeados na Igreja depois do Vaticano II. Se Nosso Senhor quer endireitar as coisas, ele fará isso. Só Deus sabe quando, mas devemos estar sempre prontos. Uma solução completa e verdadeira pode vir apenas quando as autoridades trabalharem novamente nesse sentido.

TA: Quais sinais devemos esperar que nos mostrariam que o retorno à Tradição está cumprido, ou ao menos começou entre as autoridades romanas?

DF: É difícil dizer por onde isso começará. Tivemos com o papa Bento XVI, inicialmente, o grande sinal da liturgia, e talvez também alguns outros esforços menos sustentados. Isso ocorreu apesar de uma forte oposição. Evidentemente a iniciativa não alcançou o resultado esperado, como vemos agora. Mas o movimento deverá necessariamente vir da liderança.
Contudo, um movimento também pode vir de baixo: bispos, padres e fiéis do Novus Ordo que querem regressar à Tradição. Creio também que esta tendência já está em marcha, ainda que reduzida. Isso ainda não é a corrente dominante, mas é certamente um sinal. A mudança profunda deverá vir do alto, do papa. Ela poderá vir de vários lados, mas, finalmente, ela visará repor Deus e Nosso Senhor Jesus Cristo em seu lugar na Igreja, ou seja, no centro.

TA: Suponhamos a conversão desde o topo em Roma, como a restauração da Igreja inteira poderá acontecer?

DF: É muito difícil dizer. Por hora, se nada muda, poder-se-ia viver uma perseguição interna e grandes lutas no próprio interior da Igreja, como no tempo do Arianismo. Se algo diferente ocorresse, se houvesse, por exemplo, uma perseguição e em sequência o papa voltasse à Tradição, a situação poderia ser completamente diferente. Deus sabe qual plano ele seguirá para repor sua Igreja em boa ordem!

TA: O que podemos fazer para acelerar tal retorno à Tradição?

DF: Rezar, fazer penitência! Todos deveriam cumprir seu dever de estado, encorajar a devoção ao Coração Imaculado de Maria e recitar o rosário. Quanto ao rosário: não sou contrário a uma nova cruzada.

TA: O que o senhor diria àqueles que lhe acusam de querer – ou de ter querido – comprometer os princípios da Fraternidade relativos ao Concílio e à Igreja pós-conciliar?

DF: Isso é propaganda pura e simples espalhada por aqueles que querem dividir a Fraternidade. Não sei de onde eles tiraram estas ideias. Certamente, eles se aproveitaram da situação delicadíssima do ano passado para acusar o Superior de coisas que ele nunca fez e que nunca teve a intenção de fazer. Nunca tive a intenção de comprometer os princípios da Fraternidade.
Independente do que seja, façam a pergunta: para quem seria útil uma divisão da Fraternidade, senão aos seus inimigos? Estes que dividem a Fraternidade por sua dialética, deveriam refletir nos motivos de suas ações. Por estes, quero dizer Dom Williamson e os padres que o seguem.

TA: Com o recuo, há algo que o senhor teria feito de forma diferente ao longo do ano passado?

DF: Ó, certamente, ficamos sempre mais sábios depois da batalha. Teria insistido mais sobre o que eu sempre disse e não achava necessário sublinhar: independente de qual seja o acordo, sempre haverá uma condição sine qua non: sem compromisso é impossível! Permanecemos tais como somos. Eis o que nos faz católicos, e queremos permanecer católicos.
Também teria melhorado as comunicações e já trabalhei nisso. Fui paralisado pelas faltas. Farei as coisas de forma diferente agora.

TA: Além das relações com Roma, quais são suas esperanças para a Fraternidade e a Igreja para os próximos 25 anos?

DF: Que nos 25 anos que virão, vejamos o retorno da Igreja à sua Tradição, a fim de ver uma nova florada da Igreja.

TA: Como fiéis e padres podem honrar e comemorar este 25º aniversário das consagrações?

DF: Honrar nosso caro Fundador e buscar imitar suas virtudes: sua bela humildade, sua pobreza, sua prudência e sua fé. Ademais, estudar os ensinos do Dom Lefebvre a fim de compreender os princípios que nos guiam: o amor de Nosso Senhor, da Igreja, de Roma, da Missa e do Coração Imaculado de Maria.[4]

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¹ – Artigo original em francês (acesso em 08 jun 2013) em: <http://www.dici.org/documents/reflexions-sur-le-25e-anniversaire-des-sacres-episcopaux/>.
² – Tradução gentilmente cedida por Robson Carvalho.
³ – Transcrição sem revisão.4Nota do Pale Ideas: Hipocrisia pouca é bobagem! Que virtudes de Mons. Lefebvre, exatamente, tem dom Fellay imitado nos últimos anos? E que "estudo" são os que ele permite? Quando é notório que alguns textos do Fundador estão proibidos? Basta ver o que causou o "sermão do Bom Pastor", há um ano, no Priorado de São Paulo, quando o rev. Pe. Cardozo SE ATREVEU a ler trechos dos textos de Mons. Lefebvre que estavam sendo "omitidos" ou "reinterpretados" pelo superior geral!!! O peixe morre realmente pela boca!
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