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quinta-feira, 13 de junho de 2013

CRISE NA FSSPX - CAPÍTULO IX

Como prometido, publico a excelente conferência do Rev. Pe. Rioult em capítulos, para seres melhor refletidos e considerados, sobretudo por aqueles que tem preguiça de ler texto longo, ou textos mais complexos. Meus comentários iniciais não são imprescindíveis e, portanto, ficarão no texto completo. Os números em rosa são as notas de tradução; em verde, os comentários da tradutora. 




CAPÍTULO IX



Mas ele não assinou!


Que seja! Mas que significa assinar, e assinar o que: um acordo prático é suicida e mortal. 

Substituam o verbo assinar por matar, e eis que “Não pôde assinar, mas queria assinar e continua com a intenção de assinar” se torna “não pôde matar, mas queria matar e continua com a intenção de matar”. 

Se as suas demissões são necessárias, não serão suficientes. 

Uma vez que o problema é mais amplo do que a pessoa de Mons. Fellay: o liberalismo minou a Fraternidade. Mesmo que a maioria de seus membros seja ainda de valor, começou um processo de putrefação a partir da cabeça.

Um Prior, durante uma sessão de teologia, fez notar que não se podia dizer: “Bento XVI é um modernista.” E este Prior também confidenciou a um confrade que não podia mais, em sã consciência, fazer os fiéis rezar pela “conversão de Roma e dos bispos”, intenção que, no entanto, faz parte daquelas da Fraternidade (Cor Unum n. 35).

Em Chartres[93], um Prior, para justificar a política de Mons. Fellay, tentou me convencer de que a beatificação de João Paulo II não era tão grave assim, porque “é o homem que foi exaltado”, e não a sua doutrina, e que a iniciativa de Assis III não era assim tão escandalosa, porque “o fato de Bento XVI ter convidado os ateus demostra que não se tratou de uma reunião religiosa”.[94]

Esses tais continuam priores na França, apesar da excelência[95] de Dom de Cacqueray!

Por que, após 200 anos de revolução e 100 do modernismo, nossas pequenas cabeças e nossas vontades não teriam sido deformadas e paralisadas pelo liberalismo?

Os tradicionalistas seriam imunizados contra as consequências do pecado original?

O liberalismo destruiu a civilização cristã, mas a Fraternidade estaria livre deste pecado moderno.

Por que milagre? Por causa de qual mérito?

A Igreja está em crise: certo... mas a Fraternidade nunca!

Arrogante, insuportável estupidez!
“O liberalismo católico é o próprio medo, dissimulado seja sob o manto da caridade, seja sob o manto da prudência. O liberalismo católico é escravo de uma cruel tirania, a tirania da opinião”. (Bispos do Equador).
Este veneno não existiria na Fraternidade?

Os nossos ancestrais tiveram que sofrer na sua paróquia e testemunhar em uma Igreja minada pelo modernismo. É fácil louvá-los, mas hoje é preciso imitá-los. 

É nossa vez, devemos sofrer em nossos priorados e testemunhar em uma Igreja minada pelo liberalismo. 

Os nossos melhores exemplos permanecem Mons. Lefebvre e Mons. de Castro Mayer. Sobre 4000 bispos, apenas 300 viram claro, e sobre 300 que viram claro, apenas 2 agiram eficazmente. 


Que  solidão!


Continua... CAPÍTULO X (14/06/2013).


Fonte: Non Possumus.
Tradução (do Italiano): Giulia d'Amore di Ugento.
Sem revisão final.

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NOTAS DE TRADUÇÃO
[93]Los Fieles Tienen el Derecho de Saber”. Online (em espanhol).
[94] Momento “teste”: perguntem ao sacerdote FSSPX que reza a Missa que vocês assistem o que pensam disso: (1) se Bento XVI (ou Bergoglio I, que seja) é um modernista e (2) se Assis III não se tratou de uma reunião religiosa porque fora convidados os ateus... Se sua resposta for semelhante a dos priores citados, cuidado: está comprando gato por lebre! E dos grandes! Em sendo assim, nunca é demais lembrar o exemplo de Santo Hermenegildo que se recusou a receber a Santa Comunhão de mãos sacrílegas. Ele aplicou “o princípio do "nullam partem" com os hereges. Ele disse: Não, eu não vou receber a comunhão das vossas mãos sacrílegas!”. Ele sabia que Cristo estava na Hóstia, mas mesmo assim não a recebeu. Foi o que aprendemos com os próprios padres da FSSPX, os mesmos que hoje nos dizem que essas mãos nem são tão sacrílegas assim! Lembram-se de alguém? Não é mera coincidência!
[95] Não concordamos com exatamente tudo que publicamos no blog. Padre de Cacqueray ainda não nos deu mostras de pensar como Pe. Rioult. Au contraire





"A verdade pede fundamentalmente uma coisa para ser julgada: é ser ouvida". - Bossuet
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