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sábado, 15 de setembro de 2012

Memória: Declaração do Capítulo Geral da Fraternidade São Pio X

Impus a mim mesma a tarefa de publicar documentos para evitar a FALSIFICAÇÃO HISTÓRICA típica de regimes ditatoriais, sobretudo em relação ao que se diz na FSSPX sobre o "acordo prático" (eufemisticamente mencionado com outras expressões dandies), por seus líderes, que hoje falam uma coisa e amanhã outra, sem falsas cerimônias, contando - porque há - com a ingenuidade ou cegueira de alguns fieis que têm memória curta e hosanam hoje da mesma forma que crucificam amanhã: sem questionar, num obedientismo que de virtuoso não tem nada. Aqui, não vou tecer comentários acerca da declaração; limito-me à simples publicação (etimologicamente: s.f. ato pelo qual se torna público um fato; divulgação).

Declaração do Capítulo Geral da Fraternidade São Pio X

19-07-2012

Tal como anunciava o comunicado da Casa Geral da Fraternidade São Pio X em 14 de julho de 2012, os membros do Capítulo Geral enviaram uma declaração comum a Roma. Ela foi divulgada hoje.
Durante a entrevista publicada em DICI no dia 16 de julho, Dom Bernard Fellay afirmou que esse documento era “uma oportunidade para esclarecer o roteiro (da Fraternidade São Pio X) insistindo na conservação da (sua) identidade, único meio eficaz de ajudar a Igreja a restaurar a Cristandade”. “Porque – acrescentou – o mutismo doutrinal não é a resposta para esta ‘apostasia silenciosa’ que o próprio João Paulo II constatou em 2003.”

No final do Capítulo Geral da Fraternidade São Pio X, reunidos junto ao túmulo de seu venerado fundador, Dom Marcel Lefebvre, e unidos com o seu Superior Geral, nós, os participantes, bispos, superiores e os membros mais antigos da Fraternidade, queremos elevar ao céu as nossas mais vivas ações de graças pelos quarenta e dois anos de tão maravilhosa proteção divina sobre a nossa obra, no meio de uma Igreja em plena crise e de um mundo que se afasta cada dia mais de Deus e da sua lei.

Expressamos a nossa profunda gratidão a todos os membros da Fraternidade, padres, irmãos, irmãs, terciários, às comunidades religiosas amigas e também aos nossos queridos fiéis por sua dedicação diária e fervorosas orações por ocasião do presente Capítulo, que teve francas trocas de ponto de vista e um trabalho muito frutuoso. Todos os sacrifícios, todas as penas aceitadas com generosidade certamente contribuíram para superar as dificuldades que a Fraternidade enfrentou ultimamente. Voltamos a encontrar nossa união profunda na sua missão essencial: manter e defender a fé católica, formar bons sacerdotes e trabalhar pela restauração da Cristandade. Determinamos e aprovamos as condições necessárias para uma eventual normalização canônica. Foi estabelecido que, nesse caso, um Capítulo extraordinário deliberativo seria convocado previamente. Mas nunca podemos esquecer que a santificação das almas começa sempre com a nossa própria. Ela é o fruto de uma fé vivificada e operante pela caridade, conforme as palavras de São Paulo: “Porque não temos nenhum poder contra a verdade, temos apenas em favor da verdade” (II Cor. XIII, 8) e também: “Cristo amou a sua Igreja e se entregou por ela… a fim de que ela seja santa e sem mancha” (cf. Ef. V, 25 s.).

O Capítulo considera que o primeiro dever da Fraternidade no serviço que pretende oferecer à Igreja é continuar, com a ajuda de Deus, a professar a fé católica em toda a sua pureza e integridade, com uma determinação proporcional aos ataques que esta mesma fé não deixa de padecer hoje.

Por essa razão parece-nos oportuno reafirmar a nossa fé na Igreja Católica e Romana, única Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, fora da qual não há salvação nem possibilidade de encontrar os meios que a ela conduzem; nossa fé na sua constituição monárquica, querida por Nosso Senhor, quem fez que o poder supremo de governo sobre toda a Igreja coubesse somente ao Papa, Vigário de Cristo na terra; nossa fé na Realeza universal de Nosso Senhor Jesus Cristo, criador das ordens natural e sobrenatural, a quem todo homem e toda sociedade devem se submeter.

Quanto a todas as inovações do Concílio Vaticano II que permanecem manchadas de erros e quanto às reformas que dele se seguiram, a Fraternidade não pode fazer outra coisa senão continuar a aderir às afirmações e ensinamentos do Magistério constante da Igreja; ela encontra sua guia neste Magistério ininterrupto que, por seu ato de ensino, transmite o depósito revelado em perfeita harmonia com tudo o que a Igreja inteira professou sempre e em todos os lugares.

Igualmente a Fraternidade encontra sua guia na Tradição constante da Igreja, que transmite e transmitirá até o final dos tempos o conjunto dos ensinamentos necessários para manter a fé e para a salvação, na espera de que um debate aberto e sério, buscando o retorno das autoridades eclesiásticas à Tradição, o torne possível.

Unimo-nos com os demais cristãos perseguidos nos diferentes países do mundo que sofrem por causa da fé católica, muitas vezes até o martírio. Seu sangue, derramado em união com a Vítima dos nossos altares, é a garantia da renovação da Igreja in capite et membris (na cabeça e em seus membros), de acordo com o velho ditado “sanguis martyrum semen christianorum” (o sangue dos mártires é semente de cristãos).

“Por fim, dirigimo-nos à Virgem Maria, tão zelosa dos privilégios do seu divino Filho, zelosa da sua glória, do seu Reino na terra como no Céu. Quantas vezes Ela interveio para a defesa, mesmo com armas, da Cristandade contra os inimigos do Reino de Nosso Senhor! Suplicamos a Ela que intervenha hoje para expulsar os inimigos internos que buscam destruir a Igreja mais radicalmente do que os inimigos externos. Que Ela se digne manter na integridade da fé, no amor da Igreja, na devoção ao Sucessor de Pedro, todos os membros da Fraternidade São Pio X e todos os padres e fiéis que trabalham com os mesmos sentimentos, a fim de que Ela nos proteja e nos preserve tanto do cisma como da heresia.
“Que São Miguel Arcanjo nos comunique o seu zelo pela glória de Deus e a sua força para combater o demônio.
“Que São Pio X nos faça participar da sua sabedoria, da sua ciência e da sua santidade para discernir a verdade do erro e o bem do mal, nestes tempos de confusão e de mentiras.” (Dom Marcel Lefebvre, Albano, 19 de outubro de 1983).


Fonte: DICI

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